terça-feira, 19 de outubro de 2010

Resposta para a Tainah

Tainah,

Seu comentário no post anterior foi tão bacana que merece um post de resposta... rs... Fiquei muito, mas muito feliz mesmo, com as suas palavras.

Não tenho a menor pretensão de virar uma economista que só conversa com economistas, muito pelo contrário – abomino este tipo de coisa. Entretanto, me limito a dialogar com pessoas que tenham condições, pelo menos, de acompanhar meu raciocínio.

Minha resposta à sua resposta (sic) é fruto de alguns anos de estudo (e muita dedicação, como você mesma pode comprovar). Claro que jamais vou estudar tudo que é possível no mundo, de modo que transmito uma parte limitada do conhecimento limitado que possuo, ok? Espero que você não leve a mal algumas coisas que eu disser... rs...

Em primeiro lugar, se você sempre estudou em colégio particular, você sai de largada com uma enoooorme vantagem do que quem só estudou em colégios públicos, para conseguir uma vaga em universidade pública. Claro que isto teria sido mais fácil nos dias recentes com a priorização do ensino superior, sobretudo através da criação de novas universidades, ampliação de vagas, e com a política de bolsas de estudo em universidades privadas. Aliás, tenho vários alunos na PUC que são bolsistas. Aliás (2), certamente eu só fui fazer mestrado porque também aumentaram o número de bolsas e, também, o valor das bolsas, dado que, como você sabe, eu tinha que me manter e ainda ajudar minha família.

Já fugi do assunto... rs... mas voltando. De fato, a classe média é sempre esquecida. São necessárias políticas para os “pobres” e, de quebra, sempre tem políticas que beneficiam as classes superiores. Seja de forma ativa, ou simplesmente, de forma passiva. Você se conforma de pagar o mesmo ICMS de um produto que o Abílio Diniz? Eu não.

Por outro lado, a priorização dos meios de transportes rodoviários é um indicador do grau da não-evolução da sociedade. Nas maiores cidades, os principais meios de transporte são coletivos. No Friends, por exemplo, raramente eles mencionam que tem carro. No How I met your mother, eles vão para todos os lugares de taxi... boa parte do seriado se passa dentro dele. E assim se repete para Paris, Tokio... Em relação ao transporte de cargas, idem. Já vi vários indicadores que os transportes ferroviários são muito mais eficientes e baratos que os rodoviários. O Brasil ainda poderia explorar um potencial hidroviário. Ok, estou viajando... rs... Mas enfim, o que determina isso é algo que está enraizado desde os anos 1950, não convém relembrar agora.

Ao perguntar isso, você não pode se esquecer que para cada pessoa que tem condições de pelo menos financiar um carro em 60x, existem muitas pessoas que praticamente não tem o que comer. Não quero tirar o seu mérito, mas... estas pessoas precisam de alguém que faça por elas, precisam de oportunidades.

Enquanto classe média, minimamente qualificada, o melhor que podemos esperar é um governo realmente comprometido com o crescimento e o desenvolvimento da estrutura produtiva, de modo que tenhamos garantia geração de empregos (com direitos trabalhistas justos, alias... rs), de modo que possamos sempre dar um passo a frente. Se os da nossa frente vão ainda mais rápido, é uma outra questão, mas na nossa parte, é o que podemos esperar. Sem desconsiderar que sempre tem gente pior do que nós e que é bem possível nós fazermos algo para ajudar. Nem que seja através de um voto mais esclarecido.

Beijos e muitas saudades de você!

domingo, 17 de outubro de 2010

Minha justificativa racional para o meu voto

Há alguns dias venho recebendo pedidos de justificativa “racional” para o meu voto, em contraposição às postagens de conteúdo público e coletivo que venho recebendo e publicando. Em tempo, só publico aquilo que recebo de colegas que conheço e confio. Infelizmente não recebo nada de qualidade de quem tem posição contrária à minha, só algo como “queime uma bruxa no dia 31”, ou “vamos ver o currículo acadêmico dos candidatos”, como, aliás, se o Serra se orgulhasse de algo no currículo acadêmico dele, pois se o fizesse, certamente seria um candidato completamente diferente do que é hoje. Mas enfim, esta parte a maioria das pessoas desconhece.

Em primeiro lugar, preciso fazer um retrospecto sobre o que me levou a estudar economia. Ou melhor, depois que resolvi, meio que ao acaso, fazer economia, o que de melhor esta profissão poderia me dar (exceto a questão pragmática, do ganha pão). Pois bem, nunca conseguiram me convencer de que o melhor que o economista pode fazer não seja pensar no desenvolvimento econômico! Claro que eu sei que este é um processo complexo, e que deriva de muitas partes, passando pela eficiência dos diversos mercados. Entretanto, acredito piamente que um economista pleno é aquele que não perde de vista que o objetivo de sua profissão deva ser a melhoria das condições de vida da população. No melhor sentido positivista do conceito (ver o post de 2008 “Robin Hood e os Positivistas”). Sobretudo em um país tão desigual como o Brasil, onde há muito trabalho a ser feito neste sentido, acredito que há muito mérito no que eu entendo como propósito da profissão (ver o post “Jornalista enquanto bode espiatório de um problema social crônico - A ALIENAÇÃO”)

Pontuando o que eu acredito que deva ser o objetivo do trabalho do economista e o que eu entendo por desenvolvimento econômico, vamos às eleições.

Neste momento, eu não posso deixar de mencionar o blog da minha ex-professora de econometria e profunda entendedora dos modelos macroeconômicos na esfera de regimes monetários e fiscais, entre outras coisas. Clique aqui para ler o post.

Ela sintetizou o que eu sabia de forma tácita o que me movia em relação à eleições e a política econômica em geral. Meu voto é a favor da redução das desigualdades sociais e ponto final. Aquele que expressar melhor compromisso em relação a este quesito tem o meu voto incondicional.

Ainda bem que aprendemos na faculdade de economia o conceito de second best. É claro que para conseguir um objetivo, as vezes, precisamos fazer algumas concessões. O ideal seria que não precisássemos, mas as vezes precisamos. Se o governo Lula foi mais ortodoxo do que seria esperado, em matéria de política fiscal e monetária, por outro lado ele foi bem sucedido no que tange à melhoria das condições de vida da população, que sempre pareceu ser seu maior desejo. Com isso, pessoalmente, o presidente Lula desagradou a um segmento grande de pessoas que o seguiam. Vide a entrevista do professor Chico de Oliveira na Folha de hoje!

Aprendi nas matérias de desenvolvimento econômico que existem duas esferas de desenvolvimento. O interno e o externo, que tange as relações de um país com o mundo. Considerando a dinâmica das interrelações entre as nações no período mais recente (últimos 30 anos aproximadamente), no período chamado de globalização, o padrão de inserção internacional teve papel fundamental no condicionamento das políticas internas.

Na minha percepção, os últimos anos marcam o rompimento do condicionamento estrito destas políticas, seja por um fortalecimento estritamente econômico, passando pelas variáveis relacionadas à vulnerabilidade externa, e por um fortalecimento político-diplomático. De modo que conseguimos, às custas de um intensivo projeto político de inserção internacional, auxiliado sem dúvida por uma conjuntura favorável, ganhar “graus de liberdade” para a colocação de certas prioridades nacionais acima de interesses internacionais. Quem considera esta minha opinião “conspiratória”, simplesmente não entende NADA de economia ou de política.

Esta mudança de patamar do Brasil em relação ao exterior requereu grande vontade política. Temo que tenhamos um retrocesso significativo neste aspecto caso o tucanato venha a ganhar a eleição. Por que eu digo isso? Porque já tivemos 8 anos de experiência neste sentido. Alias, ouso dizer que isso é o que uma das coisas que eles sabem fazer de melhor.

O governo Lula, na minha opinião, inaugurou um novo paradigma de desenvolvimento, não só a nível interno, mas a nível internacional, priorizando também a cooperação entre países em desenvolvimento, sobretudo os “em desenvolvimento mais desenvolvidos” em direção aos menos desenvolvidos. Fui privilegiada por poder participar de discussões, a nível governamental, sobre cooperação.

O fortalecimento do setor produtivo privado, via políticas ostensivas de crédito, favoreceram a geração de empregos, grande parte formais. Agora eu gostaria de ouvir os críticos do problema previdenciário (vejam bem, não digo que a previdência não seja um problema a longo prazo, minha crítica vai àqueles que se limitam a apontar o foco errado do problema), dizendo que o que limita a criação de empregos formais são os encargos trabalhistas. O que limita o crescimento dos empregos formais é a falta de crescimento do produto, por favor!

Deixo de lado propositalmente questões como o pré-sal. Esta questão, por si só, é auto-explicativa.

Penso que consegui, não suscintamente como havia prevido, mas consegui justificar meu voto em termos dos meus motivos ideológicos (economistas deveriam ter como prioridade o desenvolvimento econômico) e técnicos (continuidade da política voltada ao atendimento das necessidades básicas da nação, continuidade da política externa “independente”, calcada na redução da vulnerabilidade externa, continuidade da política de crédito público, voltada ao fortalecimento do setor privado, com geração de empregos, continuidade da cooperação a nível internacional com países menos desenvolvidos). Quanto às políticas macroeconômicas básicas não há o que falar, porque acredito que uma mudança radical na tríade metas de superávit fiscal, metas de inflação e câmbio flutuante não acredito que haverá alternativa entre qualquer um dos 2 candidatos.

Gostaria muito de ver uma análise com um grau semelhante de profundidade, em termos de argumentação, dos meus colegas que tem voto contrário ao meu. Até agora só vi justificativas medíocres e totalmente irrelevantes. Poxa, eu digo que não, mas eu gosto de debater. Mas com gente que seja melhor do que eu! rs....

PS: Eu acho que temos um potencial de melhorar a austeridade da política fiscal. Cortar a bolsa de mestrado e doutorado de gente que claramente não está aprendendo nada nas instituições de ensino públicas. Nem o suficiente para ter uma discussão num patamar aceitável. Lamentável.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Ciro Gomes

Acho que este vídeo está em uma linguagem acessível à maioria das pessoas. Novamente, auto-explicativo.

PS1: ele tinha que ter sido o candidato do governo....

PS2: FHC Boy foi excelente! rs...

http://www.youtube.com/watch?v=KktqykS8roQ&feature=related

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Emergentes terão de "engolir" moeda forte, dizem bancos

....... inacreditável........

Segue notícia

Emergentes terão de "engolir" moeda forte, dizem bancos

11/10/10

LUCIANA COELHO - ENVIADA ESPECIAL A WASHINGTON

ANDREA MURTA - DE WASHINGTON


Banqueiros e investidores mandaram um recado aos países emergentes e desenvolvidos após a conclusão aguada do encontro anual do FMI (Fundo Monetário Internacional): acostumem-se ao novo equilíbrio da economia global, câmbio incluso.

"A mensagem aos emergentes é: acostumem-se com suas moedas fortes. Estamos em um mundo diferente" disse Philip Suttle, economista-chefe do IIF (Instituto de Finanças Internacionais).

"Os mercados veem isso, se ajustam e colocam capital nesses países. Quem tentar resistir a isso vai fracassar."

Para o diretor-presidente do fundo de investimentos Pimco, o maior na gestão de papeis emergentes, trata-se de uma nova normalidade que impõe desafios a todos.

"Isso aparece na migração acelerada das dinâmicas de crescimento e riqueza em direção aos emergentes", disse Mohamed El-Erian em apresentação do Banco Mundial.

O egípcio disse estar "impressionado" com o Brasil.

AGENDA FROUXA

A reunião do FMI terminou com uma agenda frouxa, em que a principal proposta é o monitoramento do quanto a política econômica de um país prejudica a dos demais.

Mas o modelo e a data de início não foram definidos.

O debate principal em Washington --os desequilíbrios globais e o câmbio, que opõe EUA (com desajustes fiscais) e China (com moeda subvalorizada) -- ficou inconcluso, com uma vaga expectativa de definição deixada para a reunião do G20, em novembro, em Seul.

Voz dissonante no IIF, o presidente do Itaú, Roberto Setubal, enfatizou que os emergentes estão agindo no câmbio para "se proteger".

Mas o brasileiro disse depois à Folha ver risco no fato de cada pais tomar medidas de forma independente. "A otimização de cada uma das partes não vai levar à otimização do mundo, vai levar a uma confusão", disse.

Setubal afirmou que não espera "nenhum desastre" no câmbio e que a bola está nas mãos do G20. Para o banqueiro, no entanto, o Brasil terá de se acostumar com um deficit em conta corrente de até 5% do PIB (para 12 meses até julho, foi de 2,2%).

"É administrável, mas acho importante o setor público aumentar o nível de poupança para acomodar a compra de dólar e manter o nível de reservas", afirmou. Ele espera que o dólar varie entre R$ 1,70 e R$ 1,80.

REGULAÇÃO EXCESSIVA

O IIF, que reúne mais de 400 grandes bancos, reclamou do que vê como excesso de regulamentação imposto às instituições após a crise, o que, afirma, encarece o crédito e solapa a capacidade de financiar a retomada global.

"Algumas regulamentações foram longe demais", afirmou Josef Ackerman, diretor-presidente do grupo, citando o recente acordo de Basileia 3, que fixa parâmetros de alavancagem e proteção para os bancos na tentativa de evitar nova bolha.

Os banqueiros criticaram a tentativa de criar uma lista de "instituições grandes demais para falhar", que acabou fora do acordo pelo temor de que virasse uma lista negra na mira dos governos.

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/812879-emergentes-terao-de-engolir-moeda-forte-dizem-bancos.shtml

Colocando na balança

Mais um artigo que recebi por email.

Dispensa comentários.

Clique na imagem para ampliar.

Ética Tucana ou escândalos escondidos?

Recebi um email com o conteúdo abaixo e vou aproveitar o espaço para divulgar.


Grande parte dos que eu chamo "alienados" falam que votam no Serra por causa das denúncias de corrupção do governo. Essas mesmas denúncias que estampam capas de revistas e primeiras páginas de jornais, no mais puro sensacionalismo, e - convenhamos - sem muita credibilidade, e depois nem são acompanhadas pelos veículos de comunicação, sedentos por mais uma nova capa.


ÉTICA TUCANA OU ESCÂNDALOS ESCONDIDOS?

A chamada “grande imprensa” não cumpre o seu papel de fiscalizadora do poder público estadual com o mesmo zelo que cumpre junto ao governo federal.

De forma geral, as denúncias de corrupção são noticiadas pela imprensa de forma pulverizada, sem nenhum destaque e nenhuma continuidade na apuração dos fatos. Algumas pequenas reportagens se limitam a páginas internas dos cadernos de política dos principais jornais e revistas, sendo que o assunto é tratado de forma superficial e, invariavelmente, “some” da cobertura jornalística em poucos dias.

Esta forma de cobertura jornalística, nitidamente, responde apenas a disputas, chantagens e intrigas de grupos políticos rivais alojados dentro do governo do estado (serristas e alckmistas).

Por tudo isso, cá está uma recaptulação de alguns dos casos mais importantes de denúncias de corrupção no governo do Estado de SP relatados pela “grande imprensa” de forma pulverizada.

Na maioria dos casos, uma investigação mais profunda ainda está pendente.

Caso Alstom:
- O grupo Alstom é uma empresa multinacional francesa que fornece trens, material ferroviário e equipamentos para sistemas de energia (turbinas);
- O grupo Alstom tem 237 contratos com o governo paulista de 1989 a 2009, no valor total de R$ 10,6 bilhões.
- O Ministério Público da Suíça descobriu o pagamento de propinas do grupo Alstom para funcionários públicos do Governo Paulista.
- O percentual médio da propina era de 8% sobre o valor dos contratos. Isso representa algo em torno de R$ 848 milhões.
- Esses pagamentos foram para “comprar” licitações e prolongar contratos de forma irregular, muitos por mais de 20 anos.

- Principais envolvidos:
Jorge Fagali Neto: ex- secretário de Transporte do governo paulista e irmão do atual presidente do METRÔ no governo Serra. O Ministério Público suíço bloqueou uma de suas contas no exterior no valor de US$ 7,5 milhões;
Robson Marinho: ex- chefe da Casa Civil do governo Covas e atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo;
Luiz Carlos Frayze David: ex-presidente do METRÔ de SP, foi um dos acusados pelo acidente na linha 4 do Metrô. É conselheiro da DERSA, responsável pelo “rouboanel”. Na sua gestão no DER e no METRÔ, acumulou contratos julgados irregulares pelo Tribunal de Contas no valor de R$ 510 milhões;
Benedito Dantas Chiarardia: ex-diretor da DERSA. Envolvido em vários contratos irregulares na CPTM e outras secretarias no valor de R$ 325 milhões;
Tião Faria: ex- secretário particular de Mário Covas e ex-vereador pelo PSDB na cidade de São Paulo;
José Luiz Alquéres: ex- presidente da Alstom. Preside atualmente a Light do Rio de Janeiro;
José Sidnei Colombo Martini: presidente da CTEEP (Companhia Paulista de Transmissão de Energia Elétrica), antes e depois da privatização.

10/08/2009 - MP quer bloquear novos bens de conselheiro do TCE-SP
http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac416359,0.htm

19/11/2008 - MP abre 29 ações para apurar propina da Alstom em SP
http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac280044,0.htm

04/07/2008 - Caso Alstom: investigado fez doação a ex-secretário
http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac200536,0.htm

01/07/2008 - Offshore foi aberta a pedido da Alstom, afirma francês
http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac198612,0.htm

31/05/2008 - Serra descarta investigação em caso Alstom ; e Alckmin se cala
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u407372.shtml

26/06/2008 - Suspeito no caso Alstom omite participação em empresa
http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac196141,0.htm

20/06/2008 - Propina iria para ”partido no poder”
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080620/not_imp192836,0.php

18/06/2008 - MP investiga lobista ligado a ex-ministro no caso Alstom
http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac191667,0.htm

14/09/2008 - Ex-executivo da Alstom teria confirmado pagamento de propina
http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac241672,0.htm

10/09/2008 - Investigação liga executivos da Alstom a propina
http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac239242,0.htm

31/07/2008 - Justiça investiga contrato do Metrô-SP com a Alstom
http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac215077,0.htm

04/07/2008 - Alstom fecha contrato de 280 mi de euros com Metrô-SP
http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac200831,0.htm

01/07/2008 - Contrato, mesmo sem licitação, ficou válido por 26 anos
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080701/not_imp198535,0.php

24/06/2008 - Alstom girou US$ 31 mi em propina, diz auditoria
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080624/not_imp194751,0.php

06/06/2008 - Voto de Marinho beneficiou Alstom
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080606/not_imp184955,0.php

05/06/2008 - Alstom: conselheiro do TCE aprovou aditivo em 3 meses
http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac184348,0.htm

03/06/2008 - Conselheiro do TCE foi à Copa da França bancado pela Alstom
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080603/not_imp182925,0.php

03/06/2008 - Dono de empresa era secretário de tucano
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080603/not_imp182929,0.php

31/05/2008 - Offshore MCA concentrou 50% das propinas para tucanos, diz Suíça
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080531/not_imp181642,0.php

31/05/2008 - Lei francesa permitia comissões
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080531/not_imp181619,0.php

31/05/2008 - Esquema passava por empresas subcontratadas
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080531/not_imp181618,0.php

30/05/2008 - Alstom teria pago propina a tucanos usando offshores
http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac181222,0.htm

22/05/2008 - Depoimentos reforçam elo entre caso Alstom e Brasil
http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac176595,0.htm

19/05/2008 - Caso Alstom entra no jogo de batalhas políticas do País, diz WSJ
http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac174989,0.htm

16/05/2008 - MPF em SP também vai investigar caso Alstom
http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac173938,0.htm

16/05/2008 - Alstom vira parte em inquérito na Europa que apura propina
http://www.estadao.com.br/economia/not_eco173785,0.htm

06/05/2008 - Suíça investiga propina da Alstom em contratos no Brasil
http://www.estadao.com.br/economia/not_eco168033,0.htm


Caso Siemens
- A Siemens é uma empresa multinacional alemã que, entre outras atividades, fabrica e reforma trens e outros equipamentos.

- Esta empresa firmou 122 contratos com o governo do Estado de SP, no valor total de R$ 3 bilhões, durante o período 1995 a 2003.

- Neste período, a Siemens também pagou propinas aos governos Covas e Alckmin, atuando junto com o grupo Alstom.

- O principal contrato se refere a linha da CPTM entre Capão Redondo e Largo Treze, construída entre 2001 e 2005. O valor da obra foi de quase R$ 1 bilhão, recebido pelo consórcio formado pela Alstom e pela Siemens. O valor da propina paga chegou a R$ 80 milhões (8% do valor da obra). O MP Estadual e Federal possui cópia dos contratos entre as operadoras no Uruguai que intermediavam o pagamento da propina para os gestores públicos.

- Estes pagamentos foram realizados através das operadoras Leraway Consulting S/A (Procint projetos e consultoria internacional) e Gantown Consulting S/A (Constech Assessoria e Consultoria Internacional Ltda).

- Essas empresas doaram para a campanha de Alckmin e acompanharam a licitação da Parceria Público Privada da Linha 4 do Metrô de SP.


Ministério Público investiga contratos da Siemens no País
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20081218/not_imp295724,0.php

Promotoria apura contratos com governo de SP
http://txt4.jt.com.br/editorias/2008/12/18/pol-1.94.9.20081218.1.1.xml

Alemanha pode colaborar com apuração sobre Siemens
http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL927515-5601,00-ALEMANHA+PODE+COLABORAR+COM+APURACAO+SOBRE+SIEMENS.html

Siemens nega qualquer ação de suborno no País
http://txt4.jt.com.br/editorias/2008/12/18/pol-1.94.9.20081218.2.1.xml



Caso CDHU

De 1998 a 2009, mais de 3 mil contratos julgados irregulares pelo TCE foram arquivados na Assembléia Legislativa pela base governista, não sendo enviados ao Ministério Público do Estado, que deveria processar os envolvidos e recuperar os recursos para os cofres públicos.

A maior parte destes recursos já não pode mais ser recuperada devido ao “engavetamento” das apurações. O valor total destes contratos irregulares chega a R$ 13,5 bilhões. Grande parte destes contratos irregulares foram firmados através da CDHU, do DER e da DERSA, empresas estaduais.

Diversas empresas privadas que firmaram contratos irregulares com o Estado financiaram as campanhas de Geraldo Alckmin ao governo paulista e a presidência de Republica. Estes contratos chegavam a aproximadamente R$ 800 milhões.

Na CDHU, especialmente nas gestões Goro Hama, Emanuel Fernandes e Barjas Negri, encontramos 631 contratos irregulares, no valor total de R$ 5,6 bilhões. No DER, são 274 contratos irregulares, no valor total de R$ 2,4 bilhões. No DERSA, foram 67 contratos, no valor de R$ 1,65 bilhão. No Metrô, foram 113 contratos irregulares no valor total de R$ 1,23 bilhão.

Justiça determina quebra de sigilo fiscal de filho de Covas
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u464312.shtml

Ex-presidente da CDHU é condenado por enriquecimento ilícito.
http://www.conjur.com.br/2006-mar-22/goro_hama_condenado_enriquecimento_ilicito
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u40588.shtml


Caso Operação Castelo de Areia (caixa 2 tucano)

- A Polícia Federal, através da operação Castelo de Areia, descobriu um esquema de pagamento de propinas a partidos, governos e parlamentares para a aprovação e execução de obras públicas, privatizações e outras operações, principalmente no Estado de São Paulo. O esquema seria gerenciado pela construtora Camargo Correia.

- As planilhas encontradas na construtora revelam que, no auge das privatizações, entre 1995 a 1998, a Camargo Corrêa pagou a políticos dos governos FHC, Covas e Maluf a quantia de R$ 538 milhões.

- As planilhas da operação Castelo de Areia revelam também os seguintes pagamentos de propinas:

- Para Delson José Amador, diretor de engenharia da CESP, que recebeu R$ 2,8 milhões (aproximadamente R$ 7,8 milhões em valores atualizados) entre 1997 e 1998. Atualmente ele é diretor presidente da DERSA e do DER, sendo ‘responsável’ por investimentos de mais R$ 11 bilhões (entre 2009 e 2010)

- Para Paulo Vieira de Souza (Paulo Preto), responsável pela construção do Rodoanel (trecho sul), que recebeu mais de R$ 2 milhões em propinas. Reportagens da imprensa revelam que ele teria ainda desviado mais de R$ 4 milhões da campanha de Serra, sendo também apresentado como pessoa de confiança do candidato ao senado pelo PSDB, Aloysio Nunes.

- Para Walter Feldman, deputado federal pelo PSDB, recebeu R$ 120 mil.

- Para Arnaldo Madeira, secretario da Casa Civil do governo Alckmin e Deputado Federal pelo PSDB, recebeu R$ 215 mil, entre março e abril de 2006.

- Para “Palácio dos Bandeirantes” aparece citação de R$ 45 mil.

- Para Sergio Correia Brasil, diretor do Metrô, recebeu pelo menos R$ 170 mil.

- Para Luiz Carlos Frayze David, sendo ao mesmo tampo réu no processo que pede o ressarcimento de R$ 240 milhões aos cofres públicos, como indenização pela cratera aberta no Metrô de SP em 2007.


Época – 09/12/2009 - Castelo de Areia atinge Arruda, secretário de Kassab, dois vereadores paulistanos e um deputado federal
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI109592-15223,00-CASTELO+DE+AREIA+ATINGE+ARRUDA+E+SECRETARIO+DE+KASSAB.html

Saiba mais sobre a Operação Castelo de Areia:
» Filho de ministro de TCU foi intermediário de doações da Camargo Corrêa
»Grampo cita doação de R$ 100 mil a Mendonça Filho (DEM-PE). PMDB teria recebido R$ 300 mil “por fora”
»Camargo Corrêa ajudou Agripino Maia
»Partidos e Fiesp nos papéis da Camargo Corrêa
»Lavagem, doações ilegais a políticos, superfaturamento…
»Um castelo de areia movediça?

Época – 20/12/2009 - Os campeões das planilhas (das propinas pagas pela Camargo Corrêa)

Na lista apreendida pela PF na Camargo Corrêa, há dois nomes, entre vários outros citados, que aparecem ligados aos valores mais altos no período de 1995 a 1998.

Benedito Carraro, diretor de planejamento e engenharia da Eletrobrás entre 1995 e 1998, na gestão FHC, ocupa hoje a presidência da Companhia Energética de Brasília (CEB), por nomeação do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (ex-DEM). No somatório das planilhas, Benedito Carraro teria recebido US$ 2,5 milhões, que correspondem a R$ 3,2 milhões;

Delson José Amador, diretor de engenharia e planejamento da Cesp entre 1997 e 1999, ex-secretário de Subprefeituras no Município de São Paulo durante as administrações de José Serra e Gilberto Kassab, acumula atualmente a presidência do Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.) e a superintendência do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) em São Paulo , por indicação do governador José Serra, teria recebido US$ 2,3 milhões (R$ 2,8 milhões.)

Veja Online – 14/05/2010 – Sexta-feira - O ‘homem-bomba’ do tucano Aloysio Nunes

Obs: Com o intutio de minimizar os efeitos da reportagem da revista Época, que circularia no dia seguinte, sábado, 15/5, Serra avalizou a publicação do sítio da Veja, funcionando como uma vacina em relação à publicação da revista Época.

http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/homem-bomba-tucano-aloysio-nunes-559591.shtml

Revista Época – 15/05/2010

Apurações da Polícia Federal, constantes no Relatório Final sobre a Operação Castelo de Areia, apontam indícios de pagamentos de propinas pela Camargo Corrêa para tucanos de alta plumagem e fiéis escudeiros de Serra e Alckmin.

Entre vários funcionários dos governos do PSDB em São Paulo que receberam propina, são mencionados nesta reportagem (abaixo reproduzida), as seguintes pessoas:

Arnaldo Madeira, deputado federal Arnaldo Madeira (PSDB-SP), que foi chefe da Casa Civil do governo de São Paulo durante a gestão de Geraldo Alckmin;
Luiz Carlos Frayze David, ex-presidente do Metrô de SP;
Paulo Vieira de Souza, ou simplesmente “Paulo Preto, diretor do Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), o órgão responsável pelo Rodoanel, exonerado no início de abril deste ano.
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI140500-15223,00-ECOS+DO+BURACO+TUCANO.html

Jornal da Record – 21/05/2010 - Construtora Camargo Corrêa é acusada de pagar propina a autoridades que se disfarçavam com nomes de bichos

http://noticias.r7.com/videos/construtora-e-acusada-de-pagar-propina-a-autoridades-que-se-disfarcavam-com-nomes-de-bichos/idmedia/f1fcf5f2ad3bf25695486b48a3077259.html

http://www.youtube.com/watch?v=YlCEtw8qnSc&feature=player_embedded

Demitido o responsável pela obra do Rodoanel

http://blogs.estadao.com.br/eduardo-reina/2010/04/16/demitido-responsavel-pela-obra-do-rodoanel/

Jornal da Record – 22/05/2010 - 2ª reportagem – Operação Castelo de Areia revela como funcionava o esquema de doações para políticos

http://noticias.r7.com/videos/operacao-castelo-de-areia-revela-como-funcionava-o-esquema-de-doacoes-para-politicos/idmedia/392a9c7c2cb4d1d1199b2dc8acaab799.html

IstoÉ – 13/08/2010 - Um tucano bom de bico levou, pelo menos, R$ 4 milhões do caixa 2 do PSDB

http://www.istoe.com.br/reportagens/95231_UM+TUCANO+BOM+DE+BICO

Caso Nossa Caixa

- Durante o governo Alckmin (entre 2003 e 2005), o banco estadual Nossa Caixa efetuou gastos com agências de publicidade no valor de R$ 45 milhões sem que os contratos estivessem assinados.Em valores atualizados, estas despesas sem contrato chegam a R$ 90 milhões.
- Mais ainda, denúncias apontaram que deputados da base aliada do governo tucano teriam sido beneficiados na distribuição de recursos para publicidade da Nossa Caixa.
- O Ministério Público Paulista apresentou denúncia e restituição aos cofres públicos de R$ 148 milhões (através de ação distribuída à 12ª. Vara da Fazenda Pública) .

- Principais envolvidos:

Roger Ferreira: assessor especial de Comunicação do governo Alckmin, atuou nas equipes de marketing das campanhas presidenciais de Fernando Henrique Cardoso e José Serra, chefe da Assessoria de Comunicação da Caixa Econômica Federal, entre 1999 e 2002, assessor de comunicação na Nossa Caixa.
Valdery Frota de Albuquerque: presidente do banco Nossa Caixa à época dos fatos;
Waldin Rosa de Lima: assessor informal da presidência;
Carlos Eduardo da Silva Monteiro: ex-diretor jurídico e ex-presidente;
Jaime de Castro Junior: ex-gerente de marketing do banco;
Empresas de propaganda: Full Jazz Comunicação e Propaganda Ltda., Colucci & Associados Propaganda Ltda.
Banco estatal beneficiou aliados de Alckmin
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u76962.shtml

Sob Alckmin, Nossa Caixa abrigou suspeitos de fraude.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u77772.shtml

Promotoria move ação contra 4 ex-diretores da Nossa Caixa
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u546490.shtml

Demitido em escândalo da Nossa Caixa volta ao governo de SP
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u90983.shtml

Caso UNIEMP

- O Instituto Uniemp é uma ONG formada pelo ex-reitor da Unicamp Carlos Vogt, atual secretário estadual de Ensino Superior no governo Serra. Essa entidade é mais uma entre vários institutos e fundações que se valem do renome da universidade pública para receber enorme quantidade de recursos públicos.
- De 2001 a 2006 essa entidade firmou diversos contratos sem licitação com o Governo do Estado de SP, no valor total de R$ 90 milhões de reais (valor corrigido) . Quase todas as secretárias de governo contrataram a UNIEMP por dispensa de licitação.
- A Uniemp é o que poderíamos chamar de “superong”, realizando desde serviços de “clipping” para a imprensa oficial do estado até o gerenciamento da construção da fábrica da FURP em Américo Brasiliense.
- O Ministério Público de SP está investigando esta avalanche de contratos com dispensa de licitação.

- Principais envolvidos:

Sérgio Kobayashi: ex-diretor da Imprensa Oficial do Estado e da FDE (Fundação Estadual para o Desenvolvimento da Educação), no governo Alckmin. Quando secretário de comunicação no governo Serra na prefeitura de SP, contratou o Instituto UNIMEP por R$ 1,5 milhão. Sérgio Kobayashi, enquanto presidente da FDE, enviou carta ao presidente desta ONG chamando-o de “meu amigo”. Sergio Kobayashi tem ONG própria – o IPK/Instituto Paulo Kobayashi -, cuja inauguração teve a participação do então prefeito José Serra. Esta ONG recebeu mais de R$ 400 mil do governo do Estado e da Prefeitura de SP nos últimos dois anos. Sérgio Kobayashi torna-se, posteriormente, um dos coordenadores da campanha de Kassab e Serra. Esta situação revela que o governo de SP tornou-se, sob a égide do PSDB, um governo de amigos.
Berenice Giannella: ex-presidente da Funap e atual dirigente da Febem/CASA, realizando contratos sem licitação com a ONG.
Waldir Catanzaro: ex-dirigente do DERSA e diretor financeiro.